PRINCIPAL PROBLEMA NAS REDES SOCIAIS É A FALTA DE ASSERTIVIDADE DOS USUÁRIOS

21/12/2011 12:46

Basta observarmos

o que as pessoas

publicam nas redes sociais

para percebermos claramente

que a maioria necessita muito

aprender noções de comunicação assertiva.  

 

Coontrolar o que se publica num jornal, numa revista, ou o que se divulga através da televisão ou do rádio torna-se mais fácil porque as divulgações por esses meios são feitas por profissionais de comunicação. Ou seja, por pessoas profissionalmente preparadas para utilizar veículos de informação e comunicação. São profissionais familiarizados com o que se chama "comunicação assertiva". Porém, atualmente a Internet é, sem dúvida, o veículo de comunicação mais influente do mundo, e mais de 90 por cento de seus usários não são profissionais de comunicação. Se muitas vezes os melhores profissionais cometem equívocos - pois são seres humanos normais, não infalíveis - com certeza são muitos os equívocos cometidos pelos não profissionais de comunicação. O que ocorre é que esse problema não está ocorrendo na TV ou no Rádio, mas em páginas da Internet que podem ser acessadas por qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo, nos locais de trabalho, nas escolas e nas residências. São informações sem qualquer base de fidelidade em blogues e sites, postagens indevidas nas redes sociais - inclusive informações pessoais - e muitos outros descuidos que são cometidos por grande número de usuários.

À medida em que a tecnologia da informação e da comunicação avança - e está avançando cada vez mais rapidamente - aumentam os nossos motivos de preocupação quanto a isto. As novidades tecnológicas chegam muito rapidamente ao alcance de pessoas que ainda não estavam preparadas nem para as tecnologias anteriores, muito menos para as mais recentes. Mas o que mais se evidencia não é o desconhecimento técnico, mas o despreparo das pessoas em lidar com o público. Dependendo das razões pelas quais as pessoas usam a Internet, não é necessário que todas sejam profissionais de comunicação, mas todas tem a obrigação de aprender e utilizar regras de comunicação assertiva, inclusive para evitar problemas graves para elas mesmas. 

"Assertividade" é a capacidade de uma pessoa exercer seu direito de expressar opiniões, dar infomações ou publicar o que desejar, mas dentro dos limites do respeito às outras pessoas que poderão ter acesso a esses dados. Quando uma pessoa faz uma publicação ou "postagem" na Internet, seja num blog, num site ou em seu perfil numa rede social (Facebook, Orkut, Twitter, etc.), ela precisa ter em mente que sua publicação poderá ser vista por pessoas de nacionalidades diferentes, culturas diferentes, religiões diferentes, níveis sociais diferentes, ideologias políticas diferentes, faixas etárias diferentes, raças diferentes e principalmente opiniões diferentes. Toda pessoa tem direitos e obrigações, e a pessoa que tem o direito de fazer suas publicações (fotos, desenhos, opiniões, etc.) em seu perfil nas redes sociais tem que lembrar que não está fazendo postagens para si mesma, mas para outras pessoas as verem. Tem, portanto, a obrigação de respeitar as diferenças.  Essa obrigação deve ser observada ainda mais quando são feitas postagens em grupos de amigos como os que são formados, por exemplo, no Facebook.

Além disso, a pessoa que posta numa rede social o que quiser já estará dando às demais pessoas, autimaticamente, o direito de responderem ou reagirem também como quiserem. Se você posta, mesmo que seja em seu próprio perfil, uma mensagem, um vídeo, uma foto ou qualquer outra coisa que, de alguma forma, cause constrangimento, indignação ou qualquer outro tipo de reação a outra pessoa (mesmo que esta não tenha sido sua intenção), você já estará dando autimaticamente a esse pessoa todo o direito que ela tem, de responder através de um comentário da forma como ela quiser, revelando seu descontentamento desde que não seja de forma agressiva.

Em resumo: a comunicação assertiva não é uma questão de escolha, é uma obrigação. Todos nós somos obrigados a praticá-la, na Internet e na vida. Mais do que uma forma de comunicação, ela é um exercício de cidadania.